2011 | Categorias: Crítica Cristã, Reflexão
O lado ruim de se nascer num lar cristão é você confundir a religião que você segue com algo primariamente, profusamente mais importante, que é ser cristão. Comparando, pensam que “caçarolinha de assar leitão” é igual a “Carolina de Sá Leitão”.
A pessoa que experimenta uma conjuntura como essa não é culpada de sua cegueira. Afinal, ela foi ensinada desde a infância a perceber que sua moral, ética e sua proximidade com a Cruz, estava intimamente ligada ao fato de freqüentar EBD´s, participar do vocal da igreja, ir ao evangelismo e dar o dízimo. Era uma aritmética fácil de calcular. “Quanto mais eu pratico atos religiosos, mas bem aceito sou no meio em que vivo e melhor pessoa vou me tornar”. Triste fim de Policarpo Quaresma...
Criou-se frente a Cristo um montão de coisas que Ele não fez muito esforço para rebater, talvez porque, em pensando como homem, acreditasse que não tivéssemos a ousadia infame de conspurcar uma mensagem tão linda que ele nos deixou: sua própria vida, que vai do nascimento surpreendente à morte profetizada, irrigada de amor, justiça e fé.
Por esses motivos, então, entra-se num labirinto de questionamento filosófico, onde o “fazer algo” é mais estimado que o “ser algo”. Talvez porque quem faz algo é logo submetido ao aplauso, visto que a “prova” de seu caráter está ali sendo exposta. Nada mais enganador. Judas, que tanto viu e ouviu o Mestre, traiu com um beijo. Não seria espantoso ver o mesmo acontecendo com alguns de nós.
Bradam por aí que, ante à crítica de muitos, a pessoa pelo menos “faz algo”. Outra mediocridade. Ativismo evangélico é só mais uma ideologia que veio para jogar purpurina no sangue escarlate que foi vertido no alto do Calvário.
Entendo perfeitamente que a mudança de caráter implica necessariamente uma mudança de atitudes, mas o contrário não é verdadeiro, porque também é uma exceção. E reside nesta exceção o calcanhar de Aquiles das observações acuradas feitas por nós a serviço de uma caminhada responsável e segura rumo aos céus.
Estejamos certos, senhores, de que há uma malignidade imposta à Igreja de não fazer enxergar-nos devidamente, a propósito de fazer justiça às palavras de Jesus. É por esse motivo, também, que existe hoje toda essa porcaria que inventaram à frente da palavra “cristianismo”.
Poucas coisas são tão demoníacas quanto ser estimado por algo que você de nem de longe é. Aliás, é por isso que posso veementemente afirmar que isso também é um demônio.
Recolho-me em minhas inquietações...
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